Opinião

Escolhas

A História está repleta de lições que permitem concluir que o extremismo, de direita ou de esquerda, é o maior inimigo das democracias liberais. Deste lado da barricada, socialistas, social democratas, democratas-cristãos, liberais, todos partilham um edifício comum, cujos alicerces se fundam nas liberdades cívicas, na tolerância pela diferença, no respeito pelo Estado de Direito, na separação de poderes e na crença de que somos todos parte integrante de uma mesma comunidade. É, em síntese, esta pertença identitária que nos permite, com avanços e recuos, ter paz social e condições para trabalhar no muito que falta realizar. É, por isso, um erro histórico que social democratas, liberais e democratas-cristãos tenham, em nome de um circunstancialismo eleitoral, franqueado as portas ao inimigo comum. E de nada vale o argumento intelectualmente desonesto de que “eles – os de cá, são mais moderados do que “eles, lá fora.” Afinal, “eles” - com quem forjaram esta maioria - são os mesmos que no passado fim de semana aprovaram o cadastro étnico-racial.